CASO RAFAEL MIGUEL – ASSASSINO SERÁ INTERROGADO HOJE EM SP

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A Justiça de São Paulo marcou para as 13h30 de hoje (25/11) uma nova audiência do caso Rafael Miguel. Existe a possibilidade de que Paulo Cupertino Matias, acusado de matar o ator e os pais dele em 2019, seja interrogado. Além do empresário, dois amigos dele, acusados de ajudá-lo a se esconder e fugir após o crime, são réus no mesmo processo e também deverão ser interrogados nesta tarde.

A expectativa do Ministério Público era a de que o assassino do artista e da família dele fosse ouvido em 7 de outubro, quando ocorreu a quarta audiência do caso no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital.

Mas, como a Defensoria Pública, que defende os interesses de Cupertino, fez questão de que fosse ouvida uma testemunha que não esteve presente, o juiz Ricardo Augusto Ramos, da 1ª Vara do Júri, decidiu marcar para novembro o depoimento do filho adolescente do empresário. Naquela tarde, quem falou como testemunha da defesa foi uma sobrinha de Cupertino.

Esta etapa do processo é chamada de audiência de instrução e servirá para a Justiça decidir se leva os três acusados a júri popular. A decisão, no entanto, não tem data para sair e pode acontecer hoje (25/11) ou nos próximos dias. O crime foi cometido em 9 de junho de 2019 na Zona Sul da capital paulista.

O CRIME
Cupertino, de 52 anos, responde preso preventivamente pelos assassinatos de Rafael, de 22 anos, do pai dele, João Alcisio Miguel, de 52, e da mãe do ator, Miriam Selma Miguel, de 50. O Ministério Público o acusa de cometer o crime por ciúmes: não aceitar o namoro da filha, Isabela Tibcherani, com o artista. Na época, a estudante tinha 18 anos.

Câmeras de segurança gravaram a chacina. Cupertino aparece atirando 13 vezes nas vítimas numa rua do bairro da Pedreira. Elas foram mortas na frente de Isabela e da mãe dela, ex-esposa do empresário. Elas estavam próximas à casa em que moravam e não foram atingidas pelos disparos.

Outras gravações registraram também o momento em que o assassino foge. Cupertino chegou a se esconder em outros estados e países. Ele só foi preso quase três anos após o crime, em 17 de maio deste ano, quando a Polícia Civil o encontrou disfarçado num hotel em São Paulo.

Cupertino chegou a dizer aos jornalistas que acompanharam sua prisão que ele é “inocente” e não matou “ninguém”. Apesar disso, ficou em silêncio quando foi interrogado na delegacia e não falou nada sobre o assassinato e sua fuga.

O empresário é acusado pelo Ministério Público pelos crimes de triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

Ele é defendido pela Defensoria Pública, que oferece assessoria jurídica gratuita a acusados. A Defensoria informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só vai se manifestar nos autos do processo.

Atualmente, Cupertino está detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo. Assim como nas outras quatro audiências anteriores, ele estará presente no Fórum da Barra Funda.

Primeiramente será ouvido o filho de Cupertino. Após o depoimento do garoto, será a vez da Justiça interrogar o acusado.

Depois do empresário, serão interrogados também os dois amigos dele que são réus no processo. Eles respondem em liberdade ao crime de favorecimento pessoal. Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar as defesas deles para comentarem o assunto.

AMIGOS DE CUPERTINO
Os amigos de Cupertino acusados são: Eduardo Jose Machado, o “Eduardo da Pizzaria”, dono de uma pizzaria na Zona Sul de São Paulo, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora, que mora em Sorocaba, no interior paulista.

De acordo com as investigações do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, Eduardo e Wanderley são dois dos quatro amigos investigados pela suspeita de esconderem o criminoso.

Os outros dois seriam o dono de uma chácara em Mato Grosso e um fazendeiro no Paraguai. Não há a confirmação de que esses últimos tenham sido responsabilizados por algum crime.

Após os interrogatórios de Cupertino, Eduardo e Wanderley, o juiz decidirá se há elementos para levá-los a julgamento popular pelos crimes.

“Acreditamos que os réus serão levados a júri”, disse o advogado Ricardo Marinho que, ao lado do também advogado Guilherme Wiltshire, defendem os interesses de Isabela, filha de Cupertino. Ela quer a condenação do pai, com quem cortou relações.

Via G1.

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