HOMEM QUE FEZ PARTE DE ATO TERRORISTA EM BRASÍLIA ESTÁ EM LISTA DA AGU QUE PEDE BLOQUEIO DE FINANCIADORES

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O bolsonarista de Ourinhos, Nelson Eufrosino, que aparece em um vídeo pedindo para uma mulher gravá-lo enquanto destrói uma vidraça no Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, é um dos 59 nomes que constam na lista da Advocacia-Geral da União (AGU) que pede à Justiça o bloqueio de R$ 6,5 milhões de financiadores dos atos golpistas do último domingo (08/01).

No documento, a AGU pede à Justiça Federal do Distrito Federal o bloqueio de R$ 6,5 milhões em bens de 52 pessoas e de 7 empresas. A quantia, de acordo com a ação, deve ser utilizada para garantir a reparação dos danos às sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal em caso de condenação dos acusados.

Nesses atos, classificados pela AGU como um “episódio traumático na história do país”, golpistas depredaram as sedes dos três poderes da República – o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.

Segundo a AGU, o grupo teve “papel decisivo no desenrolar fático” dos ataques às sedes dos Poderes da República e, por isso, “devem responder pelos danos causados ao patrimônio público federal e derivados”.

O homem, identificado como Nelson Eufrosino, foi gravado pedindo várias vezes para que filmassem ele dentro do STF: “Me filma aqui, por favor, eu vou quebrar um, pode entrar, não tem mais ninguém”.

Na sequência, ele pega um pedaço da estrutura do próprio STF e começa a bater contra o vidro, enquanto supostamente grita “tropa de elite” e “Ourinhos”. Ao fundo, é possível ver que o local está completamente destruído com vazamento de água no teto.

Do centro-oeste paulista, além do morador de Ourinhos, mais quatro pessoas constam na lista na AGU: Márcio Vinicius Carvalho Coelho, de Marília (SP), Marlon Diego de Oliveira, de Tupã (SP), Nelma Barros Braga Perovani, de Piratininga (SP), e William Bonfim Norte, de Promissão (SP).

Ação da AGU
Segundo a AGU, a quantia bloqueada seria usada para ressarcir o poder público pelos danos causados aos prédios – quando houver condenação judicial nesse sentido.

“As pessoas físicas e jurídicas elencadas foram as responsáveis por contratar o deslocamento dos manifestantes até a capital federal para participar da manifestação e do evento ocorrido, a partir do fretamento de veículos de transporte, em especial, ônibus, sobre os quais, como acima referido, recaiu a ordem de apreensão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF”, explica.

A AGU diz que ainda pode pedir o bloqueio de valores maiores, na medida em que a contabilidade dos prejuízos aumente.

“Foi identificado um vultoso prejuízo material a esses prédios públicos federais [sedes dos Três Poderes], consubstanciado na quebra de objetos e itens mobiliários, a exemplo de computadores, mesas, cadeiras, vidros das fachadas e até a danificação de obras de artes e objetos de valores inestimáveis à cultura e à história Brasileira, a exemplo da obra as ‘Mulatas’, de Di Cavalcanti”, afirma.

A lista de pessoas e empresas foi montada com base nos registros da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de ônibus fretados, enviados à Justiça e divulgados pelo g1 com exclusividade nesta quarta (11).

“Como revelam os documentos em anexo, fornecidos pela ANTT, os réus financiaram/patrocinaram a contratação de ônibus para transporte de manifestantes até a cidade de Brasília, sendo que a partir desse transporte e aglomeração de manifestantes é que se desenrolou toda a cadeia fática que culminou com a invasão e depredação de prédios públicos federais, como adiante será mais bem explicitado”, afirma o documento.

A AGU, no entanto, incluiu nesse primeiro pedido apenas os ônibus com destino a Brasília que, em seguida, foram apreendidos transportando pessoas que participaram dos atos golpistas.

Os R$ 6,5 milhões incluídos pela AGU no pedido de bloqueio incluem:

– 3,5 milhões estimados até o momento em danos ao Senado;
– R$ 3,03 milhões contabilizados em prejuízos pela Câmara dos Deputados.

Os valores, portanto, não incluem os prejuízos ao Palácio do Planalto e ao STF – que também devem ultrapassar a casa dos milhões de reais.

Via G1.

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