Banda inglesa se caracteriza por qualidade técnica impressionante em estúdio e faz de tudo para obter os mesmos resultados ao vivo.
Não tem como alguém não ouvir o Def Leppard pela primeira vez e não ficar boquiaberto com a perfeição na execução instrumental e ainda mais com os vocais absurdos. Ao vivo, a banda faz de tudo para causar o mesmo impacto. Ainda que a garganta de Joe Elliott não seja a mesma de outros tempos – o que é natural –, o grupo soa muito entrosado.
Em entrevista ao site IgorMiranda.com.br, também disponível em vídeo, Phil Collen diz que tanto ele quanto seus colegas têm o objetivo de atingir um patamar “intocável”, onde apenas os gigantes do rock estão. Por isso, buscam evoluir cada vez mais e não se dão por satisfeitos com o legado já construído. Eles ainda não chegaram em tal posição, mas garantem: em cima do palco, são melhores que os nomes já presentes neste panteão.
“Ainda não conquistamos o que realmente temos como objetivo. Tem outro nível, o de bandas como Led Zeppelin, Rolling Stones ou Queen. Não estamos lá ainda. Então, temos que alcançar. Amo todos esses nomes que citei – são meus ídolos, não me entenda mal –, mas em um bom dia, somos melhores em shows que qualquer um deles tecnicamente. A gente se esforça, trabalha duro, inclusive fisicamente.
Treino todos os dias, toco guitarra todos os dias, canto todos os dias para manter a voz boa. Não consigo nem acreditar quando cantamos ao vivo e ouço nossas vozes. Soa como o disco. Mas é porque eu, Joe, Sav e Vivian estamos cantando juntos há muitos anos. São 30 anos desde que Vivian chegou e 41 anos desde que eu cheguei. Cantando todos os dias. Então tiramos vantagem disso.”
A situação atual da indústria musical também obriga o Def Leppard a seguir melhorando a qualidade de seus shows. Hoje, a banda compete com artistas que fazem claro uso de bases pré-gravadas. Como a intenção é manter seu som 100% ao vivo, é preciso soar perfeito.
“Há outra competição agora. Há muitos artistas pop, hip hop e country que cantam com as bases pré-gravadas. Colocam samples para tocar e cantam por cima. Nós não. Obviamente temos alguns loops na ‘Rocket’ ou ‘Love Bites’, partes de teclado, mas os vocais e todo o resto são reais. E soa diferente. Obviamente, tem alguns erros, sua voz sai ruim ou algo assim – o que está ok –, mas na maior parte do tempo é espetacular. Gosto desse sentimento.
E quando saímos em turnê, a Beyoncé está em turnê, a Taylor Swift está em turnê, e enquanto fazem esse tipo de coisa, nós somos ao vivo mesmo. Somos uma banda de rock. Soa brega dizer isso, mas nós e o Mötley Crüe estamos mantendo o rock vivo. Porque o rock está sendo ignorado, já que todos estão curtindo outros estilos.”
Def Leppard atualmente
Recentemente, Def Leppard e Mötley Crüe encerraram a etapa latino-americana da The World Tour. Na metade do ano, as bandas se reencontram para percorrer o continente europeu, com apresentações próprias e participações na temporada de festivais de verão.
“Diamond Star Halos”, álbum mais recente dos leopardos surdos, saiu em maio de 2022. 12º trabalho de inéditas do grupo, chegou ao Top 10 em uma dezena de paradas nacionais, incluindo as do Reino Unido (5º) e Estados Unidos (10º).
Créditos: Igor Miranda
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