Luigi Ronchetti, de Botucatu (SP), foi recebido pelo delegado ao se interessar pelo meio policial depois que os pais desenvolveram uma estratégia para conter crises do garoto.
Aos nove anos, um menino de Botucatu (SP), diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), realizou um grande sonho: conhecer uma delegacia de polícia. Fascinado pelo trabalho dos policiais, Luigi Ronchetti foi recebido pelo delegado seccional, Lourenço Talamonte Neto, e por toda a equipe da delegacia para um dia especial.
O interesse de Luigi pela profissão surgiu de maneira inusitada. Desde pequeno, ele enfrentava dificuldades para lidar com acessos de raiva, o que gerava momentos de tensão em casa. Para ajudá-lo a controlar as emoções, a família criou uma estratégia: inventou um policial fictício, chamado Ronaldo, que sempre “ligava” para saber se ele estava bem.
“Ele chegou a trincar uma porta e até a destruir um celular durante esses momentos. Então, inventamos um policial fictício, o Ronaldo, que, para ele, era bem real, que ligava para saber se estava tudo certo e se ele estava bem. E até hoje isso funciona”, conta a mãe, Priscila Ronchetti, em entrevista ao g1.
O encontro com o delegado aconteceu por acaso. A mãe, que já conhecia Lourenço Talamonte por seu envolvimento com causas ligadas ao autismo na cidade, assistia a um vídeo do delegado quando Luigi viu e perguntou quem ele era. “Foi quando ele quis saber se poderia tirar uma foto com ele”, lembra.
Priscila, que conhecia o delegado por meio da associação Portas Azuis, entrou em contato para perguntar se a foto seria possível.
“Ele não só aceitou, como preparou um momento incrível para o Luigi. Meu filho saiu de lá com um helicóptero de presente, passeou de viatura com os policiais, conversou pelo rádio com eles e ainda andou por toda a delegacia. Foi uma experiência incrível”, relata a mãe, emocionada.