Mulher é assassinada a tiros na frente da filha de 7 anos

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A jovem Lais Faustino dos Santos, de 27 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro, na frente da filha de 7 anos, no último domingo (06/04) em Brotas. O corpo dela foi enterrado na terça (08/04) em Eunápolis (BA).

Walisson Alves dos Santos, de 34 anos, não aceitava o fim do relacionamento e tentou se matar após o crime. Ele está internado sob escola policial na Santa Casa de Jaú e o estado de saúde dele não foi informado.

Uma vaquinha online foi realizada para o translado do corpo da vítima para Eunápolis (BA), cidade natal dela, na segunda-feira (07/04). Parte do valor de R$ 10 mil foi pago pela empresa onde Lais trabalhava como atendente de crédito. A filha dela foi levada para a Bahia pelo pai biológico e a irmã da vítima.

O feminicídio comoveu a pequena cidade de quase 24 mil habitantes. Uma amiga, que preferiu não se identificar, comentou que a vítima tinha um relacionamento abusivo e de dependência emocional com o ex-companheiro.

Ela terminou o relacionamento em dezembro de 2024 e o ex não aceitava a separação. Nos últimos dias, ele ligava para o serviço dela a ameaçando, além de fazer ligações e vídeo chamada para o celular.

A vítima havia feito um acordo com a empresa para ser demitida e iria se mudar para Eunápolis, ainda em abril, por causa do comportamento possessivo do ex. “Na sexta ela me pediu pra vender os móveis e ir pra Bahia, há uns 15 dias atrás ele tinha ligado ameaçando no trabalho que ela estava com caso com cliente, com gerente, com todos. Se ela falasse “Oi”, já era motivo dela já ter um caso com alguém. Tinha possessão e surto de ciúmes doentio. Não deixava ter amizades”, contou a amiga. Segundo a colega, Lais se mudou para Brotas com Wallison há dois anos, vindos da Bahia. Ela trabalhou em um supermercado da cidade e ultimamente era atendente de crédito. O ex era caminhoneiro.

Agressões e PM na casa
O empresário Wesley Tiago da Silva Gaudêncio, vizinho de Lais, disse que ouviu a vítima ser agredida três dias antes do feminicídio e chegou a chamar a Polícia Militar.

Ele relatou que as discussões começaram na terça-feira (01/04) quando Walisson começou a ir à casa da vítima. Ele ofendia a mulher e queria a todo momento ver o celular dela. Na quinta-feira (03/04) houve uma nova discussão e o homem partiu para agressão.

“Eu escutava ele falando: ‘agora estou filmando essa vagabunda’ e obrigava ela a ficar de joelhos. Quando foi 15h30, que acho foi quando ele acordou, ele foi pra cima dela. Eu escutava ela batendo na parede que dá no fundo do quarto dela, eu escutava ele empurrando ela, ela começou a gritar e chamei a polícia. A polícia conversou com ele, foi embora e ela entrou pra dentro. No sábado de madrugada, o pessoal falou que ele tentou entrar 1h, mas chamaram a polícia e ele saiu correndo. E no domingo aconteceu essa tragédia”, disse.

Em uma mensagem trocada com a mulher, o empresário contou para ela que ligou para a PM para evitar que ela fosse agredida. Lais agradeceu e afirmou que ele estava sob efeito de drogas e acordou alterado. “Deus abençoe que ele não retorne, ele é uma pessoa muito boa, mas se transforma quando está assim”, escreveu.

Uma amiga comentou que Laís não acreditava que o homem fosse capaz de matá-la. “Ela era muito dependente emocional e nunca imaginava que ele ia chegar nesse ponto. Achava que nunca faria algo desse tipo. Chegou a dizer que ele não era um monstro. Estamos arrasadas”, contou.

O crime
Segundo a polícia, uma vizinha disse ter ouvido uma discussão entre a vítima e o atirador no quintal dos fundos. A testemunha contou que o homem ofendia a ex e exigia que ela mostrasse o telefone celular, o que foi negado. Na sequência escutou entre três e quatro disparos de tiros.

Segundo informações do boletim de ocorrência, a Guarda Civil Municipal (GCM) foi chamada e quando chegou ao local encontrou a vítima e o suspeito caídos no corredor externo aos fundos da residência, ambos com ferimentos por projéteis de arma de fogo na região torácica.

Um revólver calibre 38 com uma munição intacta e cinco deflagradas foi encontrado próximo ao corpo de Walisson. No bolso dele foram encontradas outras seis munições intactas.

Tanto a mulher quanto o homem foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados ao Hospital Santa Therezinha. A vítima, no entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu antes mesmo de dar entrada na unidade hospitalar. Já o suspeito permaneceu internado em virtude da gravidade das lesões.

O relatório médico preliminar indicou que a vítima sofreu ao menos 9 lesões causadas por projéteis de arma de fogo, localizadas nas regiões torácica, antebraço e punho. Já o exame médico do suspeito revelou uma lesão no peito. Devido à gravidade do ferimento, ele foi transferido para o hospital de Jaú e ainda não foi interrogado pela Polícia Civil.

Tenda Atacado